quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cidadãos na infância


É interessante como ainda somos vistos como cidadãos na infância, pelo poderoso Estado brasileiro e suas corporações associadas. Até outro dia, para se divorciar, de comum acordo, um casal deveria ficar um ano separado, "pensando sobre a decisão". Claro, com a participação de advogados e cartórios nesse duplo tormento. Hoje, se um homem deseja fazer uma vasectomia, precisa pedir autorização à esposa e esperar dois meses entre o pedido e a cirurgia, "para refletir". Se não vê nenhum candidato à altura das necessidades do país, o eleitor tem que comparecer à urna para "cumprir o seu dever". Ora, que nível absurdo é esse de ingerência na vida das pessoas? Se me arrepender de qualquer uma dessas decisões, o Estado não terá um centavo de custo com isso, portanto não é de sua conta se quero ou não ser pai, ficar casado ou votar. Para todas essas situações há, naturalmente, o jeitinho brasileiro, e assim seguimos nossa história de controles e escapes, engraçada apenas para quem vê de fora.

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